O uso de larvicidas em água potável é seguro?

Autores

  • Cynthia Molina Bastos TelessaúdeRS. Faculdade de Medicina. Programa de Pós Graduação em Epidemiologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Otávio Pereira D'Avila TelessaúdeRS. Faculdade de Odontologia. Programa de Pós Graduação em Odontologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Roberto Nunes Umpierre TelessaúdeRS. Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Marcelo Rodrigues Gonçalves TelessaúdeRS. Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Lavínia Schuler Faccini Instituto de Biociências, Departamento de Genética. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Erno Harzheim Faculdade de Medicina. Programa de Pós Graduação em Epidemiologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc11(38)1300

Palavras-chave:

Larvicidas. Microcefalia. Aedes. Saúde Pública.

Resumo

Provavelmente sim. Não existem evidências que comprovem a segurança do uso de larvicidas em água potável. Entretanto, os poucos estudos que existem avaliando o efeito em população de mamíferos, assim como as avaliações de biodisponibilidades e citotoxicidade, demonstram que em baixa concentração são seguros e não há efeitos carcinogênicos ou genotóxico. Os larvicidas avaliados e autorizados para uso em água potável pela Organização Mundial de Saúde, destinada para consumo humano são: DIFLUBENZUROM, METOPRENO, NOVALUROM, Pirimifós/, PIRIPROXIFEM, ESPINOSADE, TEMEFÓS, além do Bacillus thuringiensis israelensis (BTI). Recomenda-se sempre usar a dose correta dos larvicidas. O temephós é utilizado para tratamento de focos, mas não deve ser utilizado em aquários com peixes. Aprovado para uso em água de consumo humano. O pyriproxyfen é um éter e não há evidências que comprovem que cause dano em fetos de mamíferos. BTI é recomendado como larvicida para uso em saúde pública, é uma bactéria que em contato com a água libera substâncias tóxicas para as larvas de alguns insetos. A aplicação deverá ser realizada por profissional treinado. O BTI não apresenta ingesta diária aceitável, entretanto a orientação de uso deve ser de 1-5mg/litro. A avaliação de substâncias químicas de qualquer natureza sempre deve salientar a possibilidade de bioacumulação. As substâncias que não são biodegradadas, são biopersistentes e mantêm-se em altas quantidades nos tecidos dos seres vivos. Portanto, mesmo que as substâncias não sejam para consumo humano direto a avaliação do seu uso na agricultura, leito de rio e pastos deve ser avaliada criteriosamente.

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Referências

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Publicado

2016-08-16

Como Citar

1.
Bastos CM, D’Avila OP, Umpierre RN, Gonçalves MR, Faccini LS, Harzheim E. O uso de larvicidas em água potável é seguro?. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 16º de agosto de 2016 [citado 29º de março de 2024];11(38):1-5. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/1300

Edição

Seção

ENSAIO/ESPAÇO ABERTO

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