Avaliação dos produtos alimentícios adquiridos por adultos com obesidade e o grau de processamento dos alimentos

Autores

  • Clara Sandra de Araújo Sugizaki Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Nutrição – Goiânia (GO), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-5786-027X
  • Ana Tereza Vaz de Souza Freitas Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Nutrição – Goiânia (GO), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-6785-3433
  • Adriana Luz Martins Sagno Centro Universitário Brasília de Goiás – São Luís de Montes Belos (GO), Brasil.
  • Raquel Machado Schincaglia Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Nutrição – Goiânia (GO), Brasil.
  • Ida Helena Carvalho Francescantonio Menezes Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Nutrição – Goiânia (GO), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4214-7206
  • Lucilene Maria de Sousa Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Nutrição – Goiânia (GO), Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc17(44)3030

Palavras-chave:

Obesidade, Atenção básica, Promoção da Saúde, Assistência alimentar.

Resumo

Introdução: O aumento da obesidade está relacionado a mudanças no padrão de aquisição e de consumo de produtos alimentícios ultraprocessados em detrimento de alimentos in natura e minimamente processados. O objetivo do presente estudo foi investigar a prevalência de obesidade em um território adstrito à Unidade Básica de Saúde, em município de pequeno porte, e avaliar os produtos alimentícios adquiridos pelos indivíduos com obesidade de acordo com o grau de processamento. Métodos: Estudo analítico transversal dividido em duas etapas. Na primeira, foi investigado o índice de massa corporal (IMC) de 533 indivíduos da cidade de pequeno porte. Selecionou-se 60 indivíduos para a segunda etapa, em que foram investigados determinantes do perfil nutricional, tais como aquisição de alimentos e gasto com alimentação. Resultados: Na primeira etapa, foi encontrada a prevalência de 30,39% de obesidade. Na segunda, não houve diferença significativa na aquisição de alimentos por grau de processamento. No entanto, chama atenção a quantidade adquirida de processados e ultraprocessados. Mais de 18% dos entrevistados relataram omitir o café da manhã e quase 22% disseram almoçar no trabalho. Não houve diferenças nos gastos totais, por local de compra e na proporção de gastos com alimentação em relação à renda familiar e às categorias de obesidade. Conclusões: A prevalência de obesidade no distrito estudado é alta, tendo em vista sua população. Sugerimos que essa prevalência possa ser influenciada pela aquisição de ultraprocessados, pela alimentação fora do lar e pela omissão do café da manhã.

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Publicado

2022-04-24

Como Citar

1.
Sugizaki CS de A, Freitas ATV de S, Sagno ALM, Schincaglia RM, Menezes IHCF, Sousa LM de. Avaliação dos produtos alimentícios adquiridos por adultos com obesidade e o grau de processamento dos alimentos. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 24º de abril de 2022 [citado 29º de março de 2024];17(44):3030. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3030

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit