Óbitos por acidentes de transporte terrestre em município do noroeste do Paraná - Brasil

Autores

  • Meiri Vanderlei Nogueira de Lima Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (SESA/PR). Curitiba, PR
  • Rosangela Ziggiotti de Oliveira Universidade Estadual de Maringá (UEM). Maringá, PR
  • Renata Bernardini de Lima Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA). Porto Alegre, RS
  • Letícia Ziggiotti de Oliveira Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR). Curitiba, PR
  • Airton Pereira de Lima Universidade Estadual de Maringá (UEM). Maringá, PR
  • Fernanda Nomoto Fujii Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR). Curitiba, PR

DOI:

https://doi.org/10.5712/rbmfc9(33)854

Palavras-chave:

Acidentes de Trânsito, Coeficiente de Mortalidade, Vulnerabilidade

Resumo

Introdução: os problemas relacionados aos acidentes de trânsito não são atributos exclusivos das grandes cidades; o crescimento do número de veículos circulantes, acrescido ao fato de os veículos serem incorporados no cotidiano das comunidades, faz com que até mesmo os municípios de pequeno e médio porte evidenciem nesses eventos um complexo e importante problema social. Objetivo: o objetivo do estudo foi o de descrever as características dos óbitos por acidente de transporte terrestre (ATT) no município de Cianorte-PR, no período de 2000 a 2010. Métodos: trata-se de um estudo descritivo. O instrumento utilizado para coleta de dados foram as declarações de óbito obtidas do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), incluídos nas categorias V01 a V89 do CID-10-capítulo XX. Resultados: foram estudados 224 óbitos. No ano de 2010, foi registrada a maior taxa de mortalidade (45,7/100.000 hab), e em 2008 a menor (16,7/100.000 hab). Os homens foram 79% (n=177) das vítimas, e a razão de sexo foi 3,7:1. A maior proporção das mortes foi no grupo de 20 a 39 anos (n=95;42%). Motociclistas, ciclistas e pedestres foram os mais vulneráveis (n=127; 57%); no local do acidente, ocorreram 59% dos óbitos (n=132). Os óbitos predominaram nas rodovias (n=139; 62%), no horário das 18 às 24h (n=45; 34,1%) e nos finais de semana (n=70;54%). Conclusão: os ATT configuram-se em uma questão atual de saúde dessa população. Homens adultos jovens são os mais atingidos. Idosos também são vulneráveis. Estratégias de intervenção são intensamente apresentadas na literatura, mas, no cotidiano dos serviços, isso continua um desafio a ser enfrentado.

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Biografia do Autor

Meiri Vanderlei Nogueira de Lima, Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (SESA/PR). Curitiba, PR

Mestre em Ciência da Saúde, Enfermeira da 13ªRS

Rosangela Ziggiotti de Oliveira, Universidade Estadual de Maringá (UEM). Maringá, PR

Professora Adjunta do Departamento de Medicina - UEM. Área: Saúde Coletiva

Renata Bernardini de Lima, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA). Porto Alegre, RS

Acadêmica de medicina da UFCSPA

Letícia Ziggiotti de Oliveira, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR). Curitiba, PR

Acadêmica de medicina - PUC-Pr

Airton Pereira de Lima, Universidade Estadual de Maringá (UEM). Maringá, PR

Professor Assistente Departamento de Medicina- UEM-Pr. Área: Clínica Médica/Dermatologia.

Fernanda Nomoto Fujii, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR). Curitiba, PR

Acadêmica de medicina - PUC-Pr

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Publicado

2014-10-20

Como Citar

1.
Lima MVN de, Oliveira RZ de, Lima RB de, Oliveira LZ de, Lima AP de, Fujii FN. Óbitos por acidentes de transporte terrestre em município do noroeste do Paraná - Brasil. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 20º de outubro de 2014 [citado 28º de março de 2024];9(33):350-7. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/854

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Plaudit